por Eduardo Fagundes20/03/2019
Quem trabalha com Big Data/Analytics sabe que um dos maiores desafios é a coleta de dados. Sabemos que os sistemas legados, desenvolvidos anos atrás, não contem todas os dados que necessitamos para as análises, seja porque o histórico de dados foi deletado por economia de custo de armazenamento ou porque os sistemas foram desenvolvidos para resolver apenas questões operacionais. Felizmente, os novos sistemas já abordam dados necessários para análises mais completas e dados para sistemas de aprendizado de máquina – Machine Learning. Para coleta de dados de sensores remotos em tempo real a Internet of Things (IoT) é a tecnologia que se apresenta mais viável atualmente. Entretanto, temos dois grandes desafios: a escolha da tecnologia de comunicação e os custos dos serviços, incluindo os impostos.
A expectativa é que tenhamos 125 milhões de dispositivos conectados até 2030. Imagine receber dados deste universo de sensores remotos! A questão hoje é qual das tecnologias de comunicação disponíveis é mais eficiente e de baixo custo para capturar estes dados.
Entre muitas tecnologias de comunicação disponíveis, temos quatro que se destacam, baseadas em LPWAN: LTE-M (LTE -MTC [Machine Type Communication]), NB-IoT (Narrowband IoT), LoRa e o Sigfox. Redes de baixa potência para grandes áreas (LPWAN – low-power wide-area network) é um tipo de comunicação sem fios rede de área ampla concebido para permitir a comunicação de longo alcance a uma baixa taxa de bits entre coisas (objetos conectados), como sensores usando IoT. A taxa de dados da LPWAN varia de 0,3 kbps a 50 kbps por canal.
Os principais atributos da tecnologia LPWAN são:
As tecnologias LTE-M e NB-IoT foram desenvolvidas pela 3GPP (3rd Generation Partnership Project), uma organização de tecnológica na área de telecomunicações que visa padronizar a criação, envio e reprodução de arquivos multimídia (vídeos) em telefones celulares e outros aparelhos wireless.
O LTE-M (LTE -MTC [Machine Type Communication]), que inclui o eMTC (Enhanced Machine Type Communication), permite conexão com uma ampla gama de dispositivos celulares. e serviços (especificamente, para aplicativos máquina-para-máquina e IoT), ainda leva vantagem sobre o NB-IoT de ter taxa de dados comparativamente mais alta, mobilidade e voz na rede, mas requer mais largura de banda.
Caraterísticas do LTE-M:
Aplicações do LTE-M
Como um padrão celular, o objetivo do NB-IoT é padronizar os dispositivos de IoT para serem interoperáveis e mais confiáveis.
Como o NB-IoT é uma tecnologia sem fio de nível celular que usa modulação OFDM, os chips são mais complexos, mas o custo dos links é menor. Isso significa que os usuários obtêm um alto nível de desempenho associado às conexões de celular, mas ao custo de mais complexidade e maior consumo de energia.
O NB-IoT deve ser usado para enviar e receber pequenas quantidades de dados – algumas dezenas ou centenas de bytes por dia gerados por dispositivos de IoT de baixa produção de dados. Ele é baseado em mensagens, semelhante ao Sigfox e ao LoRa, mas com uma taxa de modulação muito mais rápida que pode manipular muito mais dados do que essas tecnologias. O NB-IoT não é um protocolo de comunicação baseado em IP e não pode ser utilizado em aplicações como de um smartphone comum. Ele foi desenvolvido para aplicativos IoT simples com baixo consumo de energia.
A especificação 3GPP para NB-IoT tem duas variantes concorrentes: Huawei/Vodafone versus Ericsson/Nokia/Intel. O NB-IoT deve operar dentro de um espectro de frequência licenciado.
Vantagens do NB-IoT:
Desvantagens do NB-IoT
LoRa ( Lo ng Ra nge) é protocolo de comunicação sem fio de longo alcance patenteada pela Cycleo de Grenoble, França, e adquirida pela Semtech em 2012. O LoRa usa bandas de radiofrequência sub giga-hertz não licenciando na Europa e Estados Unidos. O LoRa permite transmissões de longo alcance (mais de 10 km em áreas rurais) com baixo consumo de energia. A tecnologia é apresentada em duas partes: LoRa, a camada física e LoRaWAN (Long Range Wide Area Network), as camadas superiores.
O LoRa é um sistema de modulação proprietário vendido pela empresa Semtech, única fabricante de chipset e titular de licença para LoRa.
Vantagens do LoRa:
Desvantagens do LoRa:
A tecnologia proprietária da Sigfox emprega o chaveamento binário diferencial de fase (DBPSK) e o chaveamento gaussiano de frequência (GFSK) que permite a comunicação usando a banda de rádio Industrial, Científica e Médica ISM que usa 868MHz na Europa e 902MHz nos EUA. Ele utiliza um sinal de longo alcance que passa livremente através de objetos sólidos, chamado de ” Ultra Narrowband ” e requer pouca energia. O padrão existente para comunicações Sigfox suporta até 140 mensagens de ligação ascendente por dia, cada uma das quais pode transportar uma carga útil de 12 octetos a uma taxa de dados de até 100 bytes por segundo.
A tecnologia é de propriedade da Sigfox, uma operadora de rede global francesa fundada em 2009 que constrói redes sem fio para conectar objetos de baixa potência, como medidores de eletricidade e smartwatches, que precisam estar continuamente ligados e emitindo pequenas quantidades de dados. A Sigfox tem parceria com várias empresas do setor de LPWAN, como Texas Instruments, Silicon Labs e ON Semiconductor.
Vantagens do Sigfox:
Desvantagens do Sigfox:
Todas as tecnologias e fornecedores internacionais estão presentes ou representados no Brasil. A WND Brasil, operadora do Sigfox, afirma que já possui uma cobertura de serviço para 106 milhões de pessoas no início de 2019 e prevê uma cobertura para mais de 150 milhões de pessoas até no fina de 2019.
Em março de 2019, o BNDES elegeu três municípios – Santa Rita do Sapucaí (MG), Caxambu (MG) e Piraí (RJ) – para serem testes de dispositivos de IoT para aplicações de cidades inteligentes. O BNDES habilitou a Inatel para a execução do projeto piloto que será conduzido em parceria com a Prefeitura Municipal de Santa Rita do Sapucaí (MG), com as empresas Ericsson e Tim, e com as startups Pixel, Das Coisas, Fractum e Laager Inovações.
A rede 4G, ativada comercialmente pela TIM em Santa Rita do Sapucaí, desde o ano de 2019, é a primeira no Brasil habilitada com a funcionalidade NB-IoT.
A Vivo Empresas, área do segmento B2B da Telefônica Brasil, anunciou em março de 2019 o lançamento das redes NB-IoT e LTE-M, oferecendo opções de conexões para os clientes.
Com isto o padrão da variante do NB-IoT formado pela Ericsson/Nokia/Intel leva vantagem no Brasil e pode ser tornar um padrão de fato.
A America Tower, uma empresa global, afirmou, em fevereiro de 2019, que o Brasil é peça-chave da estratégia da empresa para seus serviços, que inclui redes baseadas em LoRa.
Além das discussões técnicas sobre as tecnologias disponíveis, uma componente importante é o custo dos serviços. Cada operadora de serviços estabelece seus preços, normalmente, baseados em tráfego de dados e unidades conectadas, valendo reduções nos preços para grandes volumes.
A avaliação que se deve fazer é o valor do dado coletado do ponto de vista do negócio. Só faz sentindo o investimento e despesas com os serviços se o valor do serviço for muito menor que o valor do dado para o negócio.
Aqui entra outra questão: qual é o valor do dado coletado? Cada empresa tem que estabelecer critérios para avaliar os resultados esperados pelo projeto.
Outra questão está discussão é o pagamento de impostos dos serviços para a conexão de dispositivos remotos usando tecnologia IoT. A regra hoje é que além do ICMS deve também incidir o FISTEL, a taxa de fiscalização dos serviços de telecomunicações.
A boa notícia é que as principais tecnologias de comunicação de dados para dispositivos de IoT estão presentes no Brasil e competindo para oferecer melhores serviços para os clientes. Cada tecnologia tem suas vantagens e desvantagens técnicas que terão analisadas juntamente com os níveis de serviços e preços oferecidos pelos fornecedores.
A coleta de dados dever ser ajustada as necessidades do negócio, considerando que os custos dos serviços de coleta devem compensar o investimento e despesas mensais das aplicações de negócios.
Coletar todos os dados disponíveis pode ser uma solução viável para sistemas internos e fechados, porém, quando houver necessidade de coleta de dados de sistemas externos, a relação custo/benefício deve ser muito bem estudada.
A melhor estratégia é buscar independência das operadoras de serviços de comunicações. Entretanto, no caso de IoT é necessário implementar a tecnologia selecionada nos dispositivos remotos deixando pouca flexibilidade para substituição de tecnologia, principalmente, depois de implantações de larga escala.
A exemplo das tecnologias dos celulares que acabaram se consolidando, deve acontecer o mesmo no futuro com as tecnologias para IoT. Ainda está na memória a rivalidade entre o padrão adotado pela Vivo/Telefônica, o CDMA, e o padrão das outras operadoras, o GSM. A Vivo/Telefônica teve que fazer um enorme esforço para a conversão da rede para o padrão que se consolidou, o GSM.
Apostar na melhor tecnologia não garante a continuidade dos serviços. A decisão deve ser baseada seguindo os grandes grupos econômicos internacionais.
A chegada da tecnologia 5G deve impactar as tecnologias para IoT. Como tudo, devemos acompanhar as tendências das novas tecnologias e criar alternativas de migração, se necessário, e formar de aumentar o desempenho e reduzir custos.
Por Orlan Almeida - Easy IoT Durante anos, a SigFox e LoRa Alliance têm sido as principais…
Lorem Ipsum dolor sit amet quid dolormentum. Proin gravida nibh vel velit auctor aliquet. Aenean…
Lorem Ipsum dolor sit amet quid dolormentum. Proin gravida nibh vel velit auctor aliquet. Aenean…
Lorem Ipsum dolor sit amet quid dolormentum. Proin gravida nibh vel velit auctor aliquet. Aenean…
Lorem Ipsum dolor sit amet quid dolormentum. Proin gravida nibh vel velit auctor aliquet. Aenean…
Lorem Ipsum dolor sit amet quid dolormentum. Proin gravida nibh vel velit auctor aliquet. Aenean…